quarta-feira, 29 de abril de 2009

Em tempo


Convocatória para o
VII Encontro Nacional de História da Mídia

Fortaleza ( CE ), 19 de agosto a 21 de agosto de 2009

Tema central:
Mídias Alternativas no Brasil e na América Latina

Promovido pela Associação Brasileira de Pesquisadores de História da Mídia – ALCAR em parceria com a Universidade de Fortaleza (UNIFOR)

1. GRUPOS TEMÁTICOS (GTs)

Poderão inscrever-se nos Grupos Temáticos as seguintes modalidades de trabalhos:

a) Comunicações Científicas - CC (artigos escritos por docentes,pesquisadores e/ou estudantes de pós-graduação):
b) Iniciação Científica - IC (trabalhos produzidos por estudantes dos cursos de graduação);
c) Memórias de experiências ou Depoimentos de especialistas - MD (textos produzidos pelos profissionais ou empresários que atuaram como testemunhas oculares da história da mídia ou das respectivas profissões)

Calendário:

Envio dos Resumos: de 15 de abril a 15 de junho

O resumo deverá conter aproximadamente entre 10 e 15 linhas e apresentar, no início, título, nome do autor, titulação ou graduação, instituição a que pertence, unidade de federação, endereço digital e Grupo Temático escolhido. Depois de preencher a ficha disponível no site do evento, enviar para o endereço eletrônico do coordenador do GT a que se destina, aguardando confirmação de recebimento.

Divulgação do aceite:
Os aceites serão enviados na medida em que os resumos forem sendo avaliados pelos comitês temáticos indicados pelos respectivos coordenadores,
até o dia 30 de junho.

Envio dos Textos Completos: até 30 de julho.

Serão aceitos exclusivamente os trabalhos cujos autores comprovarem o pagamento prévio da inscrição no Encontro 2009.

NORMAS EDITORIAIS
O trabalho deve conter:

Título: em negrito, fonte Times New Roman, 14, alinhamento esquerda
Autor(es): último sobrenome em maiúsculas, titulação ou graduação, identificação da instituição e unidade de federação.
Resumos: Além de incluir o título e o(s) autor(es), o resumo deve ser formatado em Word, fonte Times News Roman, tamanho 12, contendo 10 a 15 linhas e pelo menos três palavras-chave, a primeira ancorada na temática do respectivo GT e as demais especificando sub-áreas temáticas ou interfaces disciplinares.
Texto: alinhamento justificado; Word; fonte Times New Roman, tamanho 12; espaço entrelinhas de 1,5, margem superior/inferior e esquerda/direita 3 cm, de 10 a 15 páginas, incluindo bibliografia.

Processo decisório:

1) Os resumos e os textos completos devem ser enviados para o e-mail do coordenador do Grupo Temático respectivo, em arquivo anexo.

2) Os autores devem aguardar resposta de confirmação do recebimento pelo respectivo coordenador.

3) Na ausência de resposta imediata, recomenda-se fazer nova remessa, para evitar problemas de extravio.

4) Imediatamente após a confirmação do aceite do resumo, os autores devem providenciar a inscrição no evento, encaminhando ao coordenador do evento o texto completo do trabalho.

5) Os coordenadores de grupos temáticos somente incluirão no programa do evento e os organizadores locais somente publicarão no CDRom aqueles trabalhos cujos autores estiverem formalmente inscritos.

Coordenadores dos Grupos Temáticos da Rede Alcar
História do Jornalismo
Coordenador: Ana Paula Goulart Ribeiro (UFRJ) / Marco Antônio da Silva Roxo / e-mail: apgoulart@terra.com.br ou marcoroxo@urbi.com.br
História da Comunicação Institucional
Coordenador: Maria Berenice da Costa Machado (FEEVALE) / e-mail: MBereM@feevale.br
História da Mídia Digital
Coordenador: Cristiano Max Pereira Pinheiro (FEEVALE) / e-mail: maxrs@feevale.br
História da Mídia Impressa
Coordenador: José Ferreira Jr. (UFMA) / e-mail: jferr@uol.com.br
História da Mídia Sonora
Coordenador: Luciano Klöckner (PUCRS) e Nair Prata (UNI-BH) / e-mail: luciano.klockner@pucrs.br e nairprata@uol.com.br
História da Mídia Audiovisual
Coordenador: Valquíria Kneipp e Iluska Coutinho (UFJF) / e-mail: iluskac@uol.com.br e valkneip@usp.br
História da Mídia Alternativa
Coordenador : Rozinaldo Miani (UEL) / email: ramiani@uol.com.br
História da Midialogia
Coordenador: Rosa Maria Ferreira Dales Nava (UNIPAC) / e-mail: rosanava@terra.com.br

As inscrições poderão ser feitas pela Internet, acessando http://comunicacao.feevale.br/redealcar/. Nesse endereço encontra-se a ficha de inscrição que deverá ser encaminhada, após preenchida para a organização local do evento, bem como o comprovante de depósito do valor da inscrição, no email valkneip@usp.br.
Taxas:
Até 19 de julho, o valor será de R$ 120,00 para profissionais, professores, pesquisadores e outros participantes e de R$ 80,00 para estudantes (de graduação ou pós-graduação).
Após essa data, o valor será de R$ 200,00 e R$ 100,00, respectivamente.
Para os participantes que se inscreverem durante o evento, o valor será de RS$ 300,00 e R$ 150,00, respectivamente.
As taxas deverão ser depositadas na Agência: 1234 Dig. 3
Número da conta: 70303 Dig 6 Banco Bradesco.

PROGRAMA

Local: UNIVERSIDADE DE FORTALEZA (UNIFOR)
Fortaleza - CE – BRASIL
Data: 19 a 21 de agosto de 2009

Promoção:
ALCAR – Associação Brasileira de Pesquisadores de História da Mídia

Instituições anfitriãs:

UNIFOR – Universidade de Fortaleza

Apoio:

Instituições parceiras:
INTERCOM - Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
Cátedra UNESCO/Metodista de Comunicação
Cátedra FENAJ/UFSC de Jornalismo
Globo Universidade
Universidade Federal do Ceará- UFC
Universidade Estadual do Ceará- UECE
Faculdade 7 de Setembro- FA7
Petrobras Distribuidora

Tema central:
Mídia Alternativa e Alternativas Midiáticas

Congresso
19/08/2009 – 8h30 às 12h
Local: Teatro Celina Queiroz
Credenciamento

19/08/2009 – 9h30 às 11h30
Reunião da diretoria com os coordenadores dos GTs

19/08/2009 – 14:00 às 15h30
Local:Teatro Celina Queiroz
História e Mídias alternativas na América Latina
Palestrantes: Alfonso Gumucio Dragon
Cicilia Maria KrohlingPeruzzo, Drª. (UMESP)
Gustavo Pinheiro, Ms. (UNIFOR)
Mediadora: Catarina Tereza Farias de Oliveira, Drª. (UECE)

19/08/2009 – 15h30 às 18h30
Apresentação simultânea dos trabalhos nos GTs em locais indicados no programa recebido no credenciamento.

19/08/2009 – 19h30 às 21h
Local: Teatro Celina Queiroz
Solenidade de Abertura/ Conferência Inaugural
Mídia Alternativa – alternativas Midiáticas – Olga Guedes Bayle, D.Sc (UK)
O Papel das Mídias – Marialva C. Barbosa, Drª (UFF)
Alternativas no Mundo Digital - José Marques de Mello, Dr. (UMESP/Cátedra Unesco)
Mediadora: Erotilde Honório Silva, Drª (UNIFOR)

20/08/2009 – 8h30 às 10h
Local: Auditório da Biblioteca
Gestão de memória
Valéria Guimarães Centre (CHCSC) e
Université de Versailles Saint-Quentin-en-Yvelines (UVSQ)
Beatriz Kuscnir (AGCRJ)
Ana Paula Goulart Ribeiro (Memória Globo/UFRJ)
Angela Maria Castro Gomes (FGV)
Mediadora: Valquíria Aparecida Passos Kneipp, Drª (UFRN/UNIFOR)

10h30 às 12h30
Alternativas Midiáticas – Comunicação e Mobilidade: perspectivas
André Luiz Martins Lemos, Dr. (UFBA)
Ricardo Jorge de Lucena Junior, Ms.(UFC)
José Afonso da Silva Junior, Dr. (UFPE)
Mediador: Ricardo Sabóia, Ms. (UNIFOR)

20/08/2009 – 10h30 às 12h30
Reunião dos Gts

20/08/2009 – 14h às 15h30
Local: Auditório da Biblioteca
Audiovisual como espaço de cidadania
Beatriz Furtado, Drª (UFC)
Ana Elizabete Freitas Jaguaribe (UNIFOR)
Antonio Wellington de Oliveira Júnior, Dr (UFC)
Mediadora; Daniela Dumaresq, Drª (UNIFOR)

20/08/2009 – 15h30 às 18h30
Reunião dos GTs

20/08/2009 – 19h às 21h
Local: Hall do Teatro Celina Queiroz
Lançamento de Livro

21/08/2009 – 8h30 às 10h
Cultura Popular História e Mídia
Maria Érika Oliveira Lima Drª. (UFRN)
Márcia Franz Amaral, Drª. (UFSM)
Marcia Vidal, Drª. (UFC)
Mediadora: Erotilde Honório Silva, Drª. (UNIFOR)

21/08/2009 – 10h30 às 12h
Reuniões dos GTs

21/08/2009 – 14h às 15h30
Local: Teatro Celina queiroz
Perspectivas do Jornalismo Impresso na Contemporaneidade
Christian Delporte, Dr. (Universitè de Versailles Saint-Quentin en
Yvelines, França)
Eduardo Nunes Freire, Ms. (UNIFOR)
Dennis Oliveira, Dr. (USP)
Mediador: Ronaldo Salgado, Ms.

21/08/2009 – 15h30 às 18h
Reunião dos GTs

21/08/2009 – 18h às 19h
Local: Teatro Celina Queiroz
Encerramento Cultural

Na onda


Aqui

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Mr. Eco e as mídias


Sobre a efemeridade das mídias

Umberto Eco - artigo no The New York Times - 26/04/2009

No encerramento da Escola para Livreiros Umberto e Elisabetta Mauri, em Veneza, falamos, entre outras coisas, sobre a efemeridade dos suportes da informação. Foram suportes da informação escrita a estela egípcia, a tábua de argila, o papiro, o pergaminho e, evidentemente, o livro impresso. Este último, até agora, demonstrou que sobrevive bem por 500 anos, mas só quando se trata de livros feitos de papel de trapos. A partir de meados do século 19 passou-se ao papel de polpa de madeira, e parece que este tem uma vida máxima de 70 anos (com efeito, basta consultar jornais ou livros dos anos 1940 para ver como muitos deles se desfazem ao ser folheados).

Portanto, há muito tempo se realizam congressos e se estudam meios diferentes para salvar todos os livros que abarrotam nossas bibliotecas: um dos que têm maior êxito (mas quase impossível de realizar para todos os livros existentes) é escanear todas as páginas e copiá-las para um suporte eletrônico.

Mas aqui surge outro problema: todos os suportes para a transmissão e conservação de informações, da foto ao filme cinematográfico, do disco à memória USB que usamos no computador, são mais perecíveis que o livro. Isso fica muito claro com alguns deles: nas velhas fitas cassete, pouco tempo depois a fita se enrolava toda, tentávamos desemaranhá-la enfiando um lápis no carretel, geralmente com resultado nulo; as fitas de vídeo perdem as cores e a definição com facilidade, e se as usarmos para estudar, rebobinando-as e avançando com frequência, danificam-se ainda mais cedo.

Tivemos tempo suficiente para ver quanto podia durar um disco de vinil sem ficar riscado demais, mas não para verificar quanto dura um CD-ROM, que, saudado como a invenção que substituiria o livro, saiu rapidamente do mercado porque podíamos acessar online os mesmos conteúdos por um custo muito menor. Não sabemos quanto vai durar um filme em DVD, sabemos somente que às vezes começa a nos dar problemas quando o vemos muito. E igualmente não tivemos tempo material para experimentar quanto poderiam durar os discos flexíveis de computador: antes de podermos descobrir foram substituídos pelos CDs, e estes pelos discos regraváveis, e estes pelos "pen drives".

Com o desaparecimento dos diversos suportes também desapareceram os computadores capazes de lê-los (creio que ninguém mais tem em casa um computador com leitor de disco flexível), e se alguém não copiou no suporte sucessivo tudo o que tinha no anterior (e assim por diante, supostamente durante toda a vida, a cada dois ou três anos), o perdeu irremediavelmente (a menos que conserve no sótão uma dúzia de computadores obsoletos, um para cada suporte desaparecido).

Portanto, sabemos que todos os suportes mecânicos, elétricos e eletrônicos são rapidamente perecíveis, ou não sabemos quanto duram e provavelmente nunca chegaremos a saber. Enfim, basta um pico de tensão, um raio no jardim ou qualquer outro acontecimento muito mais banal para desmagnetizar uma memória. Se houvesse um apagão bastante longo não poderíamos usar nenhuma memória eletrônica.

Mesmo tendo gravado em meu computador todo o "Quixote", não o poderia ler à luz de uma vela, em uma rede, em um barco, na banheira, enquanto um livro me permite fazê-lo nas piores condições. E se o computador ou o e-book caírem do quinto andar estarei matematicamente seguro de que perdi tudo, enquanto se cair um livro no máximo se desencadernará completamente.

Os suportes modernos parecem criados mais para a difusão da informação do que para sua conservação. O livro, por sua vez, foi o principal instrumento da difusão (pense no papel que desempenhou a Bíblia impressa na Reforma protestante), mas ao mesmo tempo também da conservação.

É possível que dentro de alguns séculos a única forma de ter notícias sobre o passado, quando todos os suportes eletrônicos tiverem sido desmagnetizados, continue sendo um belo incunábulo. E, dentre os livros modernos, os únicos sobreviventes serão os feitos de papel de alta qualidade, ou os feitos de papel livre de ácidos, que muitas editoras hoje oferecem.

Não sou um conservador reacionário. Em um disco rígido portátil de 250 gigabytes gravei as maiores obras-primas da literatura universal e da história da filosofia: é muito mais cômodo encontrar no disco rígido em poucos segundos uma frase de Dante ou da "Summa Theologica" do que levantar-se e ir buscar um volume pesado em estantes muito altas. Mas estou feliz porque esses livros continuam em minha biblioteca, uma garantia da memória para quando os instrumentos eletrônicos entrarem em pane.

Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves

sábado, 25 de abril de 2009

O jornalismo googliano da Folha



“ERRAMOS” ENVERGONHADO
Folha publicou ficha falsa de Dilma

Por Luiz Antonio Magalhães - Observatório da Imprensa - 25/4/2009

A Folha de S. Paulo reconheceu neste sábado (25/4) que publicou, na edição de 5 de abril, junto com reportagem que tratava de um suposto plano para sequestrar o então ministro Delfim Netto, um documento falso sobre a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. O reconhecimento do jornal é boa notícia, mas poderia ter sido mais elegante. "Autenticidade de ficha de Dilma não é provada", diz o título da matéria reproduzida abaixo.

Ora, o jornal informa que a ficha publicada foi recebida por e-mail, está no site ultradireitista Ternuma e não existe no Arquivo Público do Estado de São Paulo, onde estariam guardados os documentos do Dops. O correto, portanto, seria dizer que a ficha é falsa, pura e simplesmente. O reconhecimento envergonhado do erro só piora as coisas para a Folha, que por sinal não deu o mesmo espaço para desfazer o equívoco do que ele mereceu na edição de 5 de abril, quando teve chamada na primeira página do jornal. Errar é humano, reconhecer o erro é obrigação de quem erra. Com igual espaço e destaque, de preferência.

Além da questão do espaço e destaque, cabe notar que a Folha marotamente publicou, abaixo da matéria sobre o erro da ficha, uma reportagem sobre a "volta" de Delúbio Soares ao PT. Cabia ali, claro, Dilma também é petista, mas é impossível não perceber a mão leve da editorialização do noticiário. É quase como se o jornal confessasse: "errei, mas este PT não presta mesmo...".

***

Autenticidade de ficha de Dilma não é provada

Reproduzido da Folha de S. Paulo, 25/4/20009

"Folha tratou como autêntico documento, recebido por e-mail, com lista de ações armadas atribuídas à ministra da Casa Civil

Reportagem reconstituiu participação de Dilma em atos do grupo terrorista VAR-Palmares, que lutou contra a ditadura militar

DA SUCURSAL DO RIO

A Folha cometeu dois erros na edição do dia 5 de abril, ao publicar a reprodução de uma ficha criminal relatando a participação da hoje ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) no planejamento ou na execução de ações armadas contra a ditadura militar (1964-85).

O primeiro erro foi afirmar na Primeira Página que a origem da ficha era o ‘arquivo [do] Dops’. Na verdade, o jornal recebeu a imagem por e-mail. O segundo erro foi tratar como autêntica uma ficha cuja autenticidade, pelas informações hoje disponíveis, não pode ser assegurada -bem como não pode ser descartada.

A ficha datilografada em papel em tom amarelo foi publicada na íntegra na página A10 e em parte na Primeira Página, acompanhada de texto intitulado ‘Grupo de Dilma planejou sequestro de Delfim Netto’.

Internamente, foi editada junto com entrevista da ministra sobre sua militância na juventude. Sob a imagem, uma legenda ressaltou a incorreção dos crimes relacionados: ‘Ficha de Dilma após ser presa com crimes atribuídos a ela, mas que ela não cometeu’.

O foco da reportagem não era a ficha, mas o plano de sequestro em 1969 do então ministro Delfim Netto (Fazenda) pela organização guerrilheira à qual a ministra pertencia, a VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares). Ela afirma que desconhecia o plano.

Em carta enviada ao ombudsman da Folha anteontem, Dilma escreve: ‘Apesar da minha negativa durante a entrevista telefônica de 30 de março (...) a matéria publicada tinha como título de capa ‘Grupo de Dilma planejou sequestro do Delfim’. O título, que não levou em consideração a minha veemente negativa, tem características de ‘factóide’, uma vez que o fato, que teria se dado há 40 anos, simplesmente não ocorreu. Tal procedimento não parece ser o padrão da Folha.’

A reportagem da Folha se baseou em entrevista gravada de Antonio Roberto Espinosa, ex-dirigente da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) e da VAR-Palmares, que assumiu ter coordenado o plano do sequestro do ex-ministro e dito que a direção da organização tinha conhecimento dele.

Três dias depois da publicação da reportagem, Dilma telefonou à Folha pedindo detalhes da ficha. Dizia desconfiar de que os arquivos oficiais da ditadura poderiam estar sendo manipulados ou falsificados.

O jornal imediatamente destacou repórteres para esclarecer o caso. A reportagem voltou ao Arquivo Público do Estado de São Paulo, que guarda os documentos do Dops. O acervo, porém, foi fechado para consulta porque a Casa Civil havia encomendado uma varredura nas pastas. A Folha só teve acesso de novo aos papéis cinco dias depois.

No dia 17, a ministra afirmou à rádio Itatiaia, de Belo Horizonte, que a ficha é uma ‘manipulação recente’.

Na carta que enviou ao ombudsman, Dilma escreveu: ‘Solicitei formalmente os documentos sob a guarda do Arquivo Público de São Paulo que dizem respeito a minha pessoa e, em especial, cópia da referida ficha. Na pesquisa, não foi encontrada qualquer ficha com o rol de ações como a publicada na edição de 5.abr.2009. Cabe destacar que os assaltos e ações armadas que constam da ficha veiculada pela Folha de S. Paulo foram de responsabilidade de organizações revolucionárias nas quais não militei. Além disso, elas ocorreram em São Paulo em datas em que eu morava em Belo Horizonte ou no Rio de Janeiro. Ressalte-se que todas essas ações foram objeto de processos judiciais nos quais não fui indiciada e, portanto, não sofri qualquer condenação. Repito, sequer fui interrogada, sob tortura ou não, sobre aqueles fatos.’

A ministra escreveu ainda: ‘O mais grave é que o jornal Folha de S.Paulo estampou na página A10, acompanhando o texto da reportagem, uma ficha policial falsa sobre mim. Essa falsificação circula pelo menos desde 30 de novembro do ano passado na internet, postada no site www.ternuma.com.br (‘terrorismo nunca mais’), atribuindo-me diversas ações que não cometi e pelas quais nunca respondi, nem nos constantes interrogatórios, nem nas sessões de tortura a que fui submetida quando fui presa pela ditadura. Registre-se também que nunca fui denunciada ou processada pelos atos mencionados na ficha falsa.’

Fontes

Dilma integrou organizações de oposição aos governos militares, entre as quais a VAR-Palmares, um dos principais grupos da luta armada. A ministra não participou, no entanto, das ações descritas na ficha. ‘Nunca fiz uma ação armada’, disse na entrevista à Folha de 5 de abril. Devido à militância, foi presa e torturada.

Na apuração da reportagem do dia 5, o jornal obteve centenas de documentos com fontes diversas: Superior Tribunal Militar, Arquivo Público do Estado de São Paulo, Arquivo Público Mineiro, ex-militantes da luta armada e ex-funcionários de órgãos de segurança que combateram a guerrilha.

Ao classificar a origem de cada documento, o jornal cometeu um erro técnico: incluiu a reprodução digital da ficha em papel amarelo em uma pasta de nome ‘Arquivo de SP’, quando era originária de e-mail enviado à repórter por uma fonte.

No arquivo paulista está o acervo do antigo Dops, sigla que teve vários significados, dos quais o mais marcante foi Departamento de Ordem Política e Social. Na ditadura, era a polícia política estadual.

Entre as imagens reproduzidas pelo arquivo, a pedido da Folha, não estava a ficha. ‘Essa ficha não existe no acervo’, diz o coordenador do arquivo, Carlos de Almeida Prado Bacellar. ‘Nem essa ficha nem nenhuma outra ficha de outra pessoa com esse modelo. Esse modelo de ficha a gente não conhece.’

Pelo menos desde novembro a ficha está na internet, destacadamente em sites que se opõem à provável candidatura presidencial de Dilma.

O Grupo Inconfidência, de Minas Gerais, mantém no ar uma reprodução da ficha. A entidade reúne militares e civis que defendem o regime instaurado em 1964. Seu criador, o tenente-coronel reformado do Exército Carlos Claudio Miguez, afirma que a ficha ‘está circulando na internet há mais de ano’. Sobre a autenticidade, comentou: ‘Não posso garantir. Não fomos nós que a botamos na internet’.

Pesquisadores acadêmicos, opositores da ditadura e ex-agentes de segurança, se dividem. Há quem identifique indícios de fraude e quem aponte sinais de autenticidade da ficha. Apenas parte dos acervos dos velhos Dops está nos arquivos públicos. Muitos documentos foram desviados por funcionários e hoje constituem arquivos privados."

Falando na Folha...





Tivessem pelo menos visto o boné

El Conejo pidió perdón

O resultado da multiplicação dos afetos

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Apresentação no VIII LUSOCOM / VI SOPCOM - Lisboa - Universidade Lusófona: o preparo

A naturalidade

A assistente

A chamada

Pra cá

Pra lá

Em transe

Alargando o argumento

e triturando a fala

Um Café histórico: a história

A galeria

A galeria do outro lado

O atentado

À posteridade

domingo, 19 de abril de 2009

À tua procura








PROFISSÃO REPÓRTER PROCURA
Você pode fazer parte da nossa equipe

Se você se formou em Jornalismo em 2007 ou 2008, pode concorrer a uma vaga de repórter iniciante na nossa equipe.

Para participar grave um vídeo respondendo à pergunta:

“Por que quero ser repórter?”

O vídeo deve ter até 1 minuto e pode ser gravado com qualquer equipamento. O arquivo deverá ter até 50 MB e pode ter as seguintes extensões: WMV, MOV, AVI, MPEG, FLV, 3GPP, H263, MP4 ou DV.

Só será aceito um vídeo por candidato. O prazo de envio de vídeo se encerra - impreterivelmente - à meia-noite do dia 28 de abril de 2009.

Assista ao vídeo aqui com as orientações para participar do processo de seleção:

JÁ ESTÁ COM O VÍDEO PRONTO? HORA DE SE INSCREVER.

sábado, 18 de abril de 2009

Preciosidades do neojornalismo







11 anos em 2009;
12 anos em 2010;
13 anos em 2011;
14 anos em 2012;
15 anos em 2013;
16 anos em 2014 (maioridade política);
17 anos em 2015;
18 anos em 2016 (maioridade penal);
19 anos em 2017;
20 anos em 2018;
21 anos em 2019 (maioridade civil)

e 111 anos em 2109?

O real jornalismo

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Voltei

Já chamando trabalho


Chamada de trabalhos para o Observatório Mídia&Política

Como tem sido feita a crítica da mídia no Brasil?

Doze anos após o lançamento do primeiro site de media watching, o Observatório da Imprensa, a análise crítica sobre a cobertura jornalística se consolidou no Brasil. Desse pontapé inicial, multiplicaram projetos de crítica da mídia em diferentes regiões do país. Eles se propõem a realizar diagnósticos do que é produziro nas redações e abrir espaço para discussões entre diferentes setores da sociedade - a comunidade acadêmica, o mercado de trabalho, as entidades corporativas e os consumidores de produtos informativos.

Tendo esse cenário como pano de fundo, o Observatório Mídia&Política, coordenado pelo Núcleo de Estudos sobre Mídia e Política da UnB, quer discutir o estado da arte da crítica da mídia no Brasil. Este é o tema de edição que será lançada em maio de 2009. Convidamos pesquisadores, jornalistas, analistas e observadores da mídia a discutir o assunto, relatar sobre suas experiências, enfim, fazer uma crítica da crítica da mídia no país.

As normas de redação e outras informações estão no site Mídia&Política ou http://www.midiaepolitica.unb.br/normas.htm. Os artigos devem ter em torno de 1.000 palavras. Os textos podem ser enviados para os editores Thaïs de Mendonça Jorge (thaisdemendonca@uol.com.br) e Fábio Pereira (fabiop@gmail.com)

Prazo: 08 de maio de 2009.