terça-feira, 31 de março de 2009

Desmissmiolada


Sem noção, Miss Universo acha Guantánamo 'suuuper divertido'

Portal Terra

GUANTÁNAMO - Dayana Mendoza, atual Miss Universo, e Crystal Stewart, Miss Estados Unidos 2009, visitaram as tropas americanas na base militar da baía de Guantánamo, no último dia 20, segundo o jornal The New York Times. A viagem pela ilha durou cinco dias e a Miss Universo publicou em seu blog que Guantánamo é "suuuuper divertido".

"Esta semana, Guantánamo!!! Foi uma experiência incrível... Todos os rapazes do Exército foram surpreendentes com a gente. Visitamos os acampamentos dos detidos e vimos os presídios, o lugar onde eles tomam banho, como eles se divertem vendo filmes, tendo aulas de arte, livros. Foi muito interessante. Pegamos uma carona com os Mariners para conhecer a divisa com Cuba, onde eles nos contaram um pouco da história do lugar", escreveu.

"Eu não queria sair, era um lugar relaxante, tão calmo e bonito", falou sobre uma das praias que conheceu.

A base de Guantánamo é o local onde tropas americanas mantêm presos acusados de terrorismo. Há várias acusações de tortura contra os prisioneiros do local.

Dayana foi eleita Miss Universo em 13 de julho de 2008, e recebeu a coroa no Vietnã. Ela tem 22 anos e foi Miss Venezuela em 2007.

10:24 - 31/03/2009

Aulas de arte em Guantánamo? Socorro!, parem a nave porque eu quero sair

Esta é a arte em Guantánamo, miss Dayana

segunda-feira, 30 de março de 2009

Dica supimpa


Do GJOL - Marcos Palacios

Um site que armazena links para 500 vídeos com cenas de filmes famosos e suas respectivas trilhas sonoras.

Programai



4 a 8 de maio de 2009

das 10h às 17h

Local: TUCA
(Teatro da Universidade Católica/PUC - SP)

São Paulo - SP

Dia 4

11h00 - O que é cultura e como ela pode nos salvar da barbárie
Com:
Marilena Chaui - professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. (a confirmar)

Franklin Leopoldo e Silva - professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP


13h00 às 14h00 - Almoço

14h00 - A cultura e as políticas públicas
Com:
Alfredo Manevy - Ministro interino da Cultura

15h00 - O que muda na lei Rouanet
Com:

Roberto Nascimento - Secretário de Incentivo e Fomento à Cultura do Ministério da Cultura

16h00 - O jornalismo cultural na Europa
Com:
Juan Cruz - diretor-adjunto de redação do jornal espanhol El País

17h30 - A pauta das ciências humanas na universidade e na mídia
A distância que existe entre as questões que a universidade entende como importantes - autores, debates e produção - e as questões que a mídia considera importantes. A falta de diálogo entre a academia e a imprensa tem consequências nocivas à sociedade. A universidade está disposta a participar do espaço público de discussão?
O jornalista está preparado para esse diálogo?

Com:

Olgária Matos - professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP

Carlos Graieb - editor executivo da revista Veja
Marcos Flaminio - editor do caderno Mais! do jornal Folha de S. Paulo

Vladimir Safatle - professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP

--------------------------------------------------------------------------------

Dia 5

10h - A cultura é fundamental na formação do homem. Quais são os meios de acesso? Qual é a importância do jornalismo na difusão da cultura?
Com:

Marcia Tiburi - filósofa, escritora, professora da Universidade Mackenzie e colunista da revista CULT

Danilo Miranda - filósofo e diretor regional do SESC
Hubert Alquéres - presidente da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo
Francisco Bosco - escritor, jornalista e colunista da revista CULT.

12h - 13h30 - Almoço

13h30 - Cultura, imperialismo e globalização: Os mecanismos de dominação tecnológica.
Com:
Clóvis de Barros Filho - professor da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo e da ESPM

José Arbex Junior - professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e editor especial da revista Caros Amigos

Marco Aurélio Weissheimer - editor da Agência Carta Maior - Porto Alegre

Ruy Braga - professor do departamento de Sociologia da Universidade de São Paulo e diretor do Centro de Estudos dos Direitos da Cidadania da USP (CENEDIC)

16h00 - TELEVISÃO
Os códigos unificadores da televisão contaminam o modo de ver dos cidadãos?
A televisão é apenas um aglomerado de produtos descartáveis destinados ao entretenimento de massa?
Qual a real importância da televisão para a crítica da cultura no Brasil?
Com:

Gioconda Bordon - coordenadora do Núcleo de Rádio da Fundação Padre Anchieta

Eugênio Bucci - professor da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, colunista do jornal O Estado de S. Paulo
Gabriel Priolli - coordenador de Conteúdo e Qualidade da TV Cultura.
Marcelo Marthe - crítico de televisão da Revista Veja

--------------------------------------------------------------------------------

Dia 6

10h00 - LITERATURA

A crítica literária
Os veículos renunciaram a tarefa de avalistas da produção literária?

Qual é, na atualidade, o papel do crítico
Com:
Adriano Schwartz - escritor e professor da Universidade de São Paulo
Cristóvão Tezza - escritor, autor de O filho eterno, entre outros

Jerônimo Teixeira - crítico de literatura da revista Veja

Manuel da Costa Pinto - editor e apresentador da TV Cultura e colunista do jornal Folha de S. Paulo

12h às 13h30 - Almoço

13h30 - TEATRO
O espaço dedicado ao teatro nos jornais

A produção contemporânea e a crítica
Com:

Beth Néspoli - crítica de teatro do jornal O Estado de S. Paulo
Cibele Forjaz - professora da USP e diretora de teatro; dirigiu, entre outros, Rainha[(s)] - Duas Atrizes em Busca de um Coração, e Vemvai - O Caminho dos Mortos.

Welington Andrade - professor e vice-diretor da Faculdade Cásper Líbero

16h00 - MÚSICA

A crítica musical - os critérios e a linguagem - a indústria e os artistas realizadores de uma obra
Com:

Arthur Dapieve - escritor, colunista do Jornal O Globo e professor da PUC/RJ; autor, entre outros, do livro De cada amor tu herdarás só o cinismo e Guia de rock em CD

Lobão - músico e compositor

Pedro Alexandre Sanches - escritor e subeditor de cultura da revista Carta Capital
Sérgio Martins ­- crítico de música da revista Veja

18h30 - Aula-show com Arthur Nestrovski e José Miguel Wisnik

--------------------------------------------------------------------------------

Dia 07

10h - CINEMA
A criação e a crítica

Fazer cinema e escrever sobre cinema
Com:

Isabela Boscov - crítica de cinema da revista Veja

Bráulio Mantovani - roteirista de cinema, autor, entre outros, do roteiro de Cidade de Deus
Luiz Zanin - crítico de cinema e editor de cultura do jornal O Estado de S. Paulo
Sergio Rizzo - professor da Fundação Armando Álvares Penteado, da Universidade Mackenzie e crítico de cinema do jornal Folha de S. Paulo

12h às 13h30 - Almoço

13h30 - ARTES PLÁSTICAS
A arte e a crítica
Com:

Ana Maria da Silva Araújo Tavares - artista plástica e professora da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo

Fábio Cypriano - crítico de artes plásticas do jornal Folha de S. Paulo e professor da Universidade Católica de São Paulo
Paulo Pasta - artista plástico e professor da Fundação Armando Álvares Penteado

16h00 - Reportagem e edição

A cobertura cultural nos veículos de circulação nacional. Qual é o objetivo da pauta? Como os jornalistas enfrentam a diversidade cultural? Qual é o papel do editor?
Com:
Claudia Laitano - editora executiva de cultura do jornal Zero Hora

Artur Xexéo - editor do Segundo Caderno do jornal O Globo
Marcos Augusto Gonçalves - editor do caderno Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo
Robinson Borges - editor de cultura do jornal Valor Econômico

--------------------------------------------------------------------------------

Dia 8 - Fórum

10h às 12h30
- O que é a formação acadêmica em jornalismo
- Como preparar para o mercado sem esquecer de estimular a crítica e a reflexão
- Como não reproduzir os mecanismos viciados da grande imprensa
- Formação universitária para quê?

Discussão com a participação de alguns dos responsáveis pelas principais faculdades de jornalismo do país

Professores:

Angela Schaun - Coordenadora de Pesquisa do Centro de Comunicação e Letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie

Cida Golin - professora no Departamento de Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (FABICO-UFRGS). Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Jornalismo Cultural. Atua principalmente nos seguintes temas: mídia e sistema artístico-cultural, jornalismo cultural, editoração, linguagem radiofônica, rádio e espaço urbano, história cultural da literatura, história cultural.

Carlos Costa - professor de História da Comunicação e Jornalismo em Revistas na Cásper Libero, onde também exerce a função de coordenador do curso de Jornalismo. É editor das revistas Diálogos&Debates, da Escola Paulista da Magistratura, e de Getulio, do FGVlaw.

Hamilton Octavio de Souza - professor e chefe do departamento de jornalismo da PUC-SP.

Luiz Augusto Teixeira Ribeiro - diretor de base do interior do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo e professor titular da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp – Bauru).

José Luiz Proença - professor da Universidade de São Paulo e Sócio da Sociedade Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo. Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Jornalismo e Editoração. Atuando principalmente nos seguintes temas: Imprensa, jornal diário, Sensacionalismo.

Nivaldo Ferraz - coordenador do curso de Jornalismo da Universidade Anhembi Morumbi e jornalista da Fundação Padre Anchieta.

Rodolfo Carlos Martino - professor da Universidade Metodista, onde responde pela coordenação do curso de jornalismo.

Vitor Necchi - Professor da Faculdade de Comunicação Social (Famecos) e assessor da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da PUCRS

sábado, 28 de março de 2009

A cicuta do primeiro-ministro




Alan Perkins: O que desencadeou a acção da polícia? A queixa era sobre corrupção...
Charles Smith: O primeiro-ministro, o ministro do Ambiente é corrupto.
Alan Perkins: Quando tudo estava a ser construído qual era a posição dele?
Charles Smith: Este tipo, Sócrates, no final de Fevereiro, Março de 2002, estava no Governo. Era ministro do Ambiente. Ele é o tipo que aprovou este projecto. Ele aprovou na última semana do mandato, dos quatro anos. Em primeiro lugar, foi suspeito que ele o tenha aprovado no último dia do cargo... E não foi por dinheiro na altura, entende?Isto foi mesmo ser estúpido...
Alan Perkins:Quando foram feitos os pagamentos? Como estava em posição de receber pagamentos se aprovou o projecto no último dia do cargo?
Charles Smith: Foram feitos depois. Ele pediu dinheiro a dada altura, mas não...

Charles Smith: João, foi aprovado e os pagamentos foram posteriormente?
João Cabral: Certamente... Houve um acordo em Janeiro. Eles tinham um acordo com o homem do Sócrates, penso que é em Janeiro.

Charles Smith: Sean (Collidge) reuniu-se com o tipo. Sean reuniu-se com funcionários dele, percebe? Sean e Gary (Russel) reuniram-se com eles.
Alan Perkins: Houve um acordo para pagar?
Charles Smith: Para pagar uma contribuição para o partido deles.

Charles Smith: Nós fomos o correio. Apenas recebemos o dinheiro deles. Demos o dinheiro a um primo... a um homem...
Alan Perkins: Mas como o Freeport vos fez chegar esse dinheiro?
Charles Smith: Passou pelas nossas contas
Alan Perkins: Facturaram ao Freeport, ok?
Charles Smith: Ao abrigo deste contrato. Era originalmente para ser 500 mil aqui, desacelerámos, parámos a este nível, certo? Isso foi discutido na reunião, lembra-se? Ele disse: «Nós não queremos pagar». Se ler esse contrato, diz aí que recebemos três tranches de 50, 50, 50... Gary disse: «Enviamos o dinheiro para a conta da vossa empresa». Alan Perkins: Facturaram profissionalmente...
Charles Smith: Sim!
Alan Perkins: Entrou na vossa conta...
Charles Smith: Entrou e saiu logo a seguir.
Alan Perkins: Como sacou o dinheiro?
Charles Smith: Em numerário. Foi tudo transacção em numerário durante dois anos... Tem de compreender, não sou assim tão estúpido. Posso ter sido estúpido para fazer isto, mas fui esperto o suficiente para em pequenas quantias de 3 mil, 4 mil euros. É por isso que demorou dois anos a pagar isso!
Alan Perkins: Era do género pequenos envelopes castanhos por baixo da mesa.
Charles Smith: Por baixo da mesa, exactamente.
Alan Perkins: A quem? Imagino que o ministro...
Charles Smith: Ele tinha agentes. Ele, o próprio, não está envolvido
João Cabral: Um primo
Alan Perkins: Ele tem um primo?
Charles Smith: Sim

Alan Perkins: Você só tinha de se encontrar com ele num sítio qualquer e...
Charles Smith: Pois. Mas Gary e Sean encontraram-se inicialmente com eles num hotel de Lisboa e discutiram o assunto. Eles queriam um milhão.
Alan Perkins: Um milhão!
Charles Smith: Compreendo que a Freeport se queira distanciar...
Alan Perkins: 150 mil passaram pela vossa conta... você pagou isso?
Charles Smith: Sim!
Alan Perkins: E agora ficou com a conta dos impostos.
Charles Smith: Exactamente.

Alan Perkins: Pois. E foi este tipo, o Sócrates, não foi?
Charles Smith: Eh... não, não foi... Ele não esteve pessoalmente envolvido nisso. Inicialmente esteve, mas...
Alan Perkins: É ele o ministro?
Charles Smith: Ele agora é o primeiro-ministro!
Alan Perkins: Ele agora é o primeiro-ministro. Portanto, ele recebeu o dinheiro, mas recebeu-o através do primo, ou...
Charles Smith: Sim, sim!

Alan Perkins: Esses pagamentos foram feitos quando?
Charles Smith: Foi em... deixei-me ver a tabela. João foi em Março de 2002?
João Cabral Foi aprovado.
Alan Perkins: Então, quando foram efectuados os pagamentos?
Charles Smith: Em 2002, 2003.

Alan Perkins: Por que foi necessário pagar se o tipo já estava fora do cargo? Foi só por ter havido um acordo...
Charles Smith: É. Tinha havido um acordo.
Alan Perkins: Mas a aprovação do projecto foi quando ele estava no poder.
João Cabral Sim.
Alan Perkins: Como ministro do Ambiente deu aprovação. Havia um acordo sobre o pagamento e os pagamentos foram depois, embora ele já não estivesse no Governo.
João Cabral: Certo.

Alan Perkins: Esses pagamentos foram honrados, não foram?
João Cabral: O Sócrates tinha grandes ligações. É por isso que a gente tem medo de não pagar... É melhor continuar a pagar.
Charles Smith: O que aconteceu foi na fase em que ele disse: «Eu consigo que vos aprovem isto».
Alan Perkins: Sim...
Charles Smith: «Falem com o meu primo». Então eu e o Sean reunimo-nos com o primo e o primo disse: «Vamos conseguir essa aprovação».

Entenda o caso, se for possível

Correio da Manhã

Eduardo Dâmaso / Tânia Laranjo / Sónia Trigueirão / Ana Luísa Nascimento / A.R.F.

24 Janeiro 2009 - 00h30

Caso Freeport
Ingleses queriam investigar Sócrates
Os ingleses pediram a Portugal que José Sócrates fosse formalmente investigado, no âmbito do processo Freeport. A sugestão, que poderia implicar escutas telefónicas ao primeiro-ministro e buscas residenciais, não gerou consenso e recebeu imediatas reticências das autoridades do nosso país. O pedido foi formalizado a 18 de Novembro, numa reunião em Haia, promovido pelo Eurojust, que sentou à mesma mesa as polícias dos dois países.




A hipótese de se criar uma equipa mista, avançada pelas autoridades britânicas ainda antes do Verão de 2008, também não foi aceite. Três anos depois do início da investigação e numa altura em que se aproximam processos eleitorais, os responsáveis do Ministério Público e da PJ (na reunião esteve Cândida Almeida, directora do DCIAP; Pedro do Carmo, número dois da PJ; e Moreira da Silva, responsável pelo combate ao crime económico da PJ) deixaram claras as suas reservas quanto ao timing do processo.

Nessa altura, as autoridades inglesas deram conta de que tinham na sua posse um DVD que documentava uma conversa entre um administrador inglês da sociedade proprietária do espaço comercial de Alcochete e um sócio da consultora Smith & Pedro. Naquela, era assumido claramente o pagamento de ‘luvas’ a José Sócrates, então ministro do Ambiente de António Guterres. A administração do Freeport, que já não era a mesma que lançara o projecto, pretendia recuperar uma verba de 4 milhões que entregara à consultora para obter licenciamentos e aprovações administrativas do projecto. Depois de uma fase inicial de alguma euforia, o Freeport, empresa que integra capitais da família real britânica, entrou em dificuldades financeiras e alguns centros comerciais faliram mesmo.

O CM sabe que as autoridades portuguesas mostraram também alguma relutância quanto à prova recolhida pela congénere britânica. A gravação da conversa em DVD não é admissível como prova na lei portuguesa e, por outro lado, o fluxo do dinheiro detectado não aponta directamente para Sócrates. Os representantes nacionais terão entendido que o máximo que será possível apurar é um possível financiamento ao PS.

Em Haia ficou ainda assente que as investigações iriam prosseguir autonomamente. Portugal necessita que os ingleses cumpram um pedido de fornecimento de elementos expedido em 2005 e que esteve adormecido três anos, ao passo que a investigação inglesa se apresentou em Haia com um pedido idêntico. Foi nesse quadro de realização de uma investigação autónoma que anteontem o DCIAP desencadeou buscas domiciliárias ao tio de José Sócrates, ao escritório dos advogados que tratou da legalização do Freeport e ao arquitecto Capinha Santos, que assinou o projecto. O pedido de colaboração à PJ de Setúbal estava previamente definido. Cândida Almeida e Maria Alice Fernandes, da PJ de Setúbal, tinham acordado os termos da ajuda. Que acabou por ser solicitada ao final da tarde de quarta-feira.

O escritório de advogados Vieira de Almeida & Associados foi visado por ter organizado a operação de financiamento do projecto e a busca foi acompanhada pelo juiz Carlos Alexandre. Os fluxos de dinheiro enviados de contas inglesas para Portugal chegaram ao escritório de Vieira de Almeida, mas esta firma apenas assume o pagamento do imóvel.

EMPRESA DAS 'LUVAS' ACABOU EM DEZEMBRO

A empresa Smith & Pedro, Consultores Associados, Lda, suspeita de ter sido a intermediária no pagamento de ‘luvas’ a políticos portugueses, incluindo o actual primeiro-ministro José Sócrates, foi dissolvida no dia 5 de Dezembro de 2008. Constituída em Agosto de 2000, teve uma primeira sede em Faro, na Urbanização do Vale da Amoreira, mudou-se em 2004 para Alcochete e acabou por ser dissolvida no mês passado quando já estava na mira das autoridades portuguesas e inglesas.

Um dos seus sócios, Charles Smith, é uma das pessoas que aparece no DVD gravado por um administrador inglês da empresa Freeport Pic, que veio a Portugal propositadamente para conhecer o destino dos milhões de euros que foram sendo transferidos para a Smith & Pedro em diversas tranches. Na presença de João Branco, engenheiro contratado pela Smith & Pedro para dar apoio técnico, o administrador inglês interrogou Charles Smith sobre o destino do dinheiro enviado para Portugal. E foi então que o sócio da empresa de consultadoria afirmou que tinha sido utilizado para pagar comissões a toda a gente.

A conversa prosseguiu e a dada altura Charles Smith, já arguido em Inglaterra, conta que tudo foi combinado numa reunião com o ministro Sócrates para facilitar o licenciamento do Freeport na Zona de Protecção Especial do Estuário do Tejo, processo que já tinha sido chumbado duas vezes e que seria aprovado pelo Governo Guterres a três dias das eleições de 2002.

INVESTIGAÇÃO NA TV

RTP: 22 MINUTOS EM SILÊNCIO

A televisão do Estado demorou 22 minutos a falar no caso Freeport. A notícia lida por José Rodrigues dos Santos baseava-se no comunicado do DCIAP – Departamento Central de Investigação e Acção Penal –, em que a magistrada Cândida Almeida esclarece que as buscas de quinta-feira foram da iniciativa das autoridades portugueses, embora confirme que receberam uma carta rogatória da polícia inglesa. E acabou a notícia com um resumo breve do caso Freeport.

SIC: FREEPORT A TODO O VAPOR

A estação de Carnaxide recordou o processo de licenciamento do Freeport a três dias das eleições de 2002. Falou de um relatório de 53 páginas elaborado pelo Ministério do Ambiente que esperavam pareceres de várias entidades. No prazo-limite dado pelo Governo, 14 de Março, faltavam quatro. Mesmo assim o processo seguiu em frente para o secretário de Estado do Ambiente Rui Gonçalves. Dias depois foi aprovado pelo Governo.

CAMPANHA ELEITORAL DO PS SOB SUSPEITA

As investigações ao caso Freeport indicam que o PS poderá ter sido também contemplado com uma parte dos quatro milhões de euros em comissões que terão sido pagas a vários intervenientes no processo de licenciamento do maior outlet da Europa.

Ao que o CM apurou, as suspeitas apontam para que a empresa de Júlio Coelho Monteiro, tio de José Sócrates, tenha sido um dos veículos utilizados para fazer circular o dinheiro por empresas offshore.

No essencial, as verbas terão saído de Portugal para Inglaterra, através da ISA – Investimentos Imobiliários, construtora sediada em Setúbal, e daí terão sido transferidas para offshores detidas pelo próprio Júlio Monteiro.

A confirmar-se este percurso do dinheiro, os investigadores terão extrema dificuldade em descobrir o destino final do mesmo. A partir de uma sociedade sediada num paraíso fiscal, como as Ilhas Caimão ou Gibraltar, o rasto das verbas destinadas a eventuais comissões torna-se indetectável. Ao MP e à PJ cabe fazer o que muitos consideram impossível.

O DVD DA POLÉMICA

Administrador do freeport interroga Charles Smith:

– Qual foi o destino dos milhões de euros que a sua empresa recebeu?

Charles Smith sócio da empresa Smith & Pedro:

– Esse dinheiro serviu para pagar as comissões a toda a gente.

Administrador do Freeport faz nova pergunta:

– Como explica que tivesse de se pagar dinheiro?

Charles Smith hesita mas começa a contar a história

– O dinheiro serviu para pagar o que ficou combinado numa reunião com o ministro Sócrates (só diz o segundo nome) para facilitar o licenciamento do Freeport.

OS RICOS TIOS MATERNOS DO PRIMEIRO-MINISTRO

O primeiro-ministro, José Sócrates, tem, afinal, dois ricos tios maternos. Júlio Eduardo Coelho Monteiro e Celestino Júlio Coelho Monteiro são meios-irmãos da mãe de Sócrates, Maria Adelaide de Carvalho Monteiro.

Ambos estão ligados ao sector da construção e do imobiliário e têm algumas sociedades conjuntas. Em Setúbal construíram vários empreendimentos, nomeadamente para habitação e comércio. A imobiliária Etermóvel, actualmente sem actividade, foi deles.

Júlio e Celestino foram também accionistas de referência da Grão-Pará, a imobiliária de Fernanda Pires da Silva. Mas, em 1989, Júlio Monteiro vendeu a sua parte nesta imobiliária e ficou apenas o irmão. Celestino ainda hoje tem 8,77% da Grão-Pará, através de uma das suas sociedades, com sede nos EUA. Primeiro estas acções pertenceram à Medes Holding LLC, sendo que, em Novembro de 2007, esta vendou as 219 acções à outra sua empresa, a Invesmon Limited.

Porém, e até ver, apenas a casa e os escritórios de Júlio Monteiro foram alvo de buscas judiciais no âmbito do caso Freeport. Júlio, de 67 anos, divorciado e natural de Vila Real, vive numa sumptuosa casa, com piscina, na zona de Cascais, e tem um Bentley e um Audi A8. É licenciado em Engenharia Mecânica.

Ao que o CM apurou, foi no sector da construção que este tio de Sócrates fez fortuna. A sua empresa, a ISA – na qual o irmão Celestino também tem uma participação – foi a grande promotora de um bloco de habitação no Parque das Nações. Júlio Monteiro tem ainda várias sociedades com Nuno Miguel Carvalho Monteiro, que será seu filho. Entres estas está a Mito Selvagem, uma empresa de comercialização de motos.

fontes ligadas à família garantem que, 'mesmo com tanto dinheiro e gostos caros, são pessoas simples'. Os tios e a mãe de Sócrates 'têm uma boa relação, apesar de se falarem de tempos em tempos', segundo a mesma fonte.

'UMA COISA ESCONDIDA QUE UM DIA SE HÁ-DE SABER'

Quando, em Julho de 2007, o tribunal condenou o ex-inspector da Polícia Judiciária de Setúbal por violação de segredo de funcionário, José Torrão avisou: 'Eu fui a cereja para pôr em cima do bolo de uma coisa escondida que um dia se há-de saber.'

Torrão, que teve intervenção em algumas diligências da investigação ao licenciamento do Freeport de Alcochete, foi acusado de ter tentado influenciar o caso e de ter fotocopiado um documento interno de planeamento que acabou reproduzido, em 2005, em ‘O Independente’. O extinto semanário, então dirigido por Inês Serra Lopes – que foi absolvida em julgamento –, avançou então que o candidato a primeiro-ministro e ex-ministro do Ambiente, José Sócrates, estaria a ser investigado. A notícia foi desmentida mas o ex- -inspector acabou condenado por violação de segredo.

'NÃO VOTO NO PARTIDO DO MEU SOBRINHO' (Júlio Eduardo Coelho Monteiro, tio de Sócrates)

Correio da Manhã – Ficou surpreendido com as buscas?

Júlio Monteiro – Parece impossível o que me está a acontecer. Entreguei tudo o que me pediram e mais não posso dizer porque tenho de respeitar o segredo de Justiça. Sou um transmontano honesto. Quem me conhece sabe isso.

– Mas tem de admitir que o facto de terem ocorrido buscas na sua casa e empresa lança suspeitas?

– Não sou a pessoa que aparece nas notícias. Sou honesto. Se querem atingir alguém que atinjam directamente essa pessoa e não andem com rodeios. Meteram-se com a pessoa errada.

– Está a falar do seu sobrinho, do primeiro-ministro José Sócrates, e está dizer que é uma questão política?

– Não voto no partido do meu sobrinho, mas sou tio dele com muito orgulho. Ele é um rapaz muito corajoso. E só pode ser uma coisa política. Mas eu nem sou político, nem ando metido com partidos.

– Tem ou teve negócios com o seu sobrinho, nomeadamente no Freeport? Têm uma relação próxima?

– Só ajudei nuns contactos. Não posso dizer mais nada. Somos apenas família. Não há muito convívio porque ele não tem tempo. A própria mãe se queixa de que é difícil falar com ele.

'ARRANJEI ENCONTRO COM SÓCRATES'

Júlio Eduardo Coelho Monteiro, tio do primeiro-ministro José Sócrates, afirma que foi ele que arranjou um encontro entre Charles Smith, sócio da Smith & Pedro, e o seu sobrinho, então ministro do Ambiente.

A TVI deu ontem à noite alguns extractos da entrevista que o tio de Sócrates deu ao semanário ‘Sol’, em que Júlio Eduardo Coelho Monteiro afirma que foi contactado por Charles Smith porque andavam a pedir à empresa Smith & Pedro quatro milhões de contos para licenciar o Freeport.

Quando a jornalista do ‘Sol’ lhe pergunta quem é que andava a pedir o dinheiro, Júlio Eduardo Coelho Monteiro diz que não sabia muito bem, mas que lhe parecia ser um gabinete de advogados. O tio de José Sócrates afirma que disse a Charles Smith que isso era impossível e que ia falar com o sobrinho. Num contacto telefónico com o então ministro do Ambiente, José Sócrates, contou-lhe a versão de Charles Smith e ouviu da boca de Sócrates o seguinte: 'Mentira, tio. Mande o fulano falar comigo.' Júlio Eduardo Coelho Monteiro comunicou o relato da conversa a Charles Smith, que ligou para o Ministério do Ambiente a marcar a reunião. O tio de José Sócrates não sabe com quem falou o empresário inglês, mas admite que tenha combinado o encontro com Sócrates através da secretária do ministro do Ambiente. Depois, diz o tio do primeiro-ministro, não soube mais nada: 'Não me disse mais nada, tiveram o licenciamento e nem uma palavra me disseram. Nem um agradecimento. Estou chateado por isso.'

O tio de Sócrates explicou ainda como conheceu Charles Smith: 'A mulher dele (sabe o CM que se chama Linda Smith) é administradora de um condomínio na Quinta do Lago (o CM sabe que é o LakeSide Village) e conhecemo-nos por causa disso.' Interrogado pela jornalista do ‘Sol’ sobre as offshores que estão em seu nome, Júlio Eduardo Correia Monteiro mostrou-se surpreendido por já saberem disso e exclamou: 'Essa investigação já vai avançada.'

E garantiu logo a seguir que não tinha nada a ver com o caso Freeport ou com esses dinheiros, que estava completamente fora do caso e que as suas offshores 'não foram usadas para nada disso'. E a finalizar afirmou: 'Estou a dizer-lhe isto tudo e ainda não falei com o meu sobrinho. Não sei se ele vai gostar disto ou não.'

FRASES

'Conheci o Charles Smith porque a mulher dele é administradora de um condomínio na Quinta do Lago.'

'O Charles Smith disse-me que andavam a pedir-lhe quatro milhões de contos para licenciarem o Freeport.'

'Parece que quem lhe andava a pedir esses quatro milhões de contos era um escritório de advogados.'

'Disse-lhe que era impossível e que ia falar com o meu sobrinho.'

'Liguei ao meu sobrinho e disse-lhe o que o Charles Smith me tinha dito, a história dos quatro milhões.'

'A resposta do meu sobrinho foi: ‘Isso é mentira, tio. Mande o fulano falar comigo’.'

'Falei ao Charles Smith, contei-lhe e disse-lhe para marcar uma reunião com o meu sobrinho.'

'Acho que o Charles Smith marcou a reunião com o meu sobrinho através da secretária.'

'Nem uma palavra me disseram. Tiveram o licenciamento e nem um agradecimento tive. Estou chateado por isso.'

'Offshores em meu nome? Como é que sabem isso?'

'Não sei se o meu sobrinho vai gostar disto ou não. Ainda não falei com ele.'

SÓCRATES NÃO SE LEMBRA DO PEDIDO DO TIO

José Sócrates confirma que, enquanto ministro do Ambiente, realizou uma reunião 'alargada' que contou com a presença de promotores do empreendimento Freeport e responsáveis da Câmara Municipal de Alcochete, mas não se lembra do pedido do seu tio materno, Júlio Coelho Monteiro, para receber os promotores do projecto.

'Esta reunião teve lugar por solicitação da Câmara Municipal de Alcochete. Admito, embora não recorde esse facto, que também o meu tio, Júlio Monteiro, me tenha pedido para receber os promotores de modo a esclarecer a posição do Ministério sobre o projecto', afirmou ontem o primeiro-ministro, numa nota à Comunicação Social, na qual se revela indignado e repudia as notícias que o envolvem no caso Freeport.

No mesmo comunicado, Sócrates garante que a Declaração de Impacte Ambiental favorável ao outlet de Alcochete foi emitida pelo secretário de Estado do Ambiente, Rui Gonçalves, assegurando, porém, que a 'aprovação ambiental do empreendimento cumpriu todas as regras legais aplicáveis à época', afirmando estar a ser vítima de 'insinuações e afirmações caluniosas'. O primeiro-ministro voltou também a pressionar o MP para concluir 'rapidamente a investigação'.

CRONOLOGIA

JANEIRO/2002: LICENCIAMENTO

O primeiro pedido de licenciamento da área comercial Freeport, em Alcochete, entrou na Câmara em Janeiro de 2002. O primeiro projecto foi recusado.

MARÇO/2002: REUNIÃO

A 14 de Março, três dias antes das eleições que Ferro Rodrigues perdeu, José Sócrates, governante e com a pasta do Ambiente, aprovou projecto em Conselho de Ministros.

FEVEREIRO/2005: 'INDEPENDENTE'

O Semanário 'Independente' publicou um documento com o timbre da PJ - que se veio a apurar ser falso - e que apontava José Sócrates, candidato a 1.º ministro, como suspeito.

JULHO/2007: SENTENÇA

José Torrão, inspector aposentado da PJ de Setúbal, foi condenado a oito meses de prisão por violação de segredo. Era acusado de ser a ‘fonte’ de ‘O Independente’.

SETEMBRO/2008: AVOCADO

O DCIAP chamou a si, para ser consultado, o processo Freeport, que estava há três anos no Ministério Público do Montijo. Semanas depois o processo foi avocado.

18 NOVEMBRO/2008: REUNIÃO

Dirigentes da PJ e responsáveis do Ministério Público reuniram-se em Haia, Holanda, para acertar uma possível colaboração entre as duas entidades.

DEZEMBRO/2008: DVD

Foi divulgada na imprensa a existência de um DVD que gravara uma conversa entre um administrador inglês e um sócio da consultora Smith & Pedro. Aquele falava do pagamento de ‘luvas’.

22 JANEIRO/2009: BUSCAS

O Ministério Público e a PJ de Setúbal fizeram buscas a casa do tio de Sócrates, do advogado que tratou do processo e do arquitecto Capinha Lopes que fez o projecto.

NOTAS

FREEPORT

A legalização do espaço foi feita em tempo recorde. O estudo de impacte ambiental foi aprovado em Conselho de Ministros, três dias antes de o PS ter perdido as eleições.

2005

O caso Freeport apareceu pela primeira vez em público no começo da campanha eleitoral das legislativas que puseram frente a frente Sócrates e Santana Lopes. Na altura, o semanário ‘O Independente’ falava numa lista de 15 suspeitos. A notícia deu origem a um processo em que foi condenado um inspector da Judiciária.

Relógios a postos


Lisboa, 28 Mar (Lusa) - A hora de Verão chega na próxima madrugada, devendo os relógios em Portugal ser adiantados 60 minutos em todo o país, de acordo com o Observatório Astronómico de Lisboa.

Em Portugal continental e na Região Autónoma da Madeira, os relógios devem ser adiantados 60 minutos à 01:00 de 29 de Março, passando para as 02:00.

A mudança ocorre mais cedo na Região Autónoma dos Açores, onde, às 00:00 de 29 de Março, os relógios deverão ser adiantados uma hora.

A próxima mudança de hora, para a hora de Inverno, vai ocorrer no último domingo de Outubro, ou seja dia 25.

Durante todo o período em que vigorar a hora de Verão, Portugal terá mais uma hora do que o tempo universal coordenado (UTC).

A mudança da hora prende-se com a necessidade de não haver desfasamento solar, aproveitando-se o melhor possível a luz nas diversas actividades.

Ficando

sexta-feira, 27 de março de 2009

Ler e guardar



Do LASICS - Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS)
Universidade do Minho

O Seminário “Jornalismo: mudanças na profissão, mudanças na formação” teve lugar no dia 26 de Setembro de 2008, na Universidade do Minho, em Braga, e foi organizado pelo Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS).

O debate decorreu durante todo o dia e contou com a participação de académicos, professores, profissionais e estudantes de jornalismo de diferentes gerações, procurando compreender as profundas transformações por que está a passar a actividade jornalística e, simultaneamente, de que modos estes novos desafios deverão influenciar a oferta de formação de futuros jornalistas.

Questões como a mudança das práticas profissionais no novo contexto da expansão das tecnologias digitais, a relação entre a formação dada e as exigências do mercado de trabalho, a interacção entre profissionais no activo e formadores de novos jornalistas, entre outras, foram trazidas à discussão. Também as mudanças verificadas nos últimos dez anos, no que respeita às expectativas dos estudantes de jornalismo, foram objecto de análise.

A organização do evento esteve a cargo de Sandra Marinho e Joaquim Fidalgo, docentes do departamento de Ciências da Comunicação da UM e investigadores do CECS.

Seminário “Jornalismo: Mudanças na Profissão, Mudanças na Formação”
Índice
Introdução
Capa, Ficha Técnica e Índice Geral PDF
.. ..

Artigos
Jornalismo: Mudanças na Profissão, Mudanças na Formação PDF
Manuel Pinto 7-9
Barbarians at the Gate or Liberators in Disguise? - Journalists, Users and a Changing Media World PDF
Jane B. Singer 10-32
Formação em Jornalismo e Mercado de Trabalho: questões e dúvidas de uma relação inevitável PDF
Sandra Marinho 33-39
Testemunho de um estágio curricular PDF
Rui Passos Rocha 40-41
Jornalismo, uma profissão em mudança PDF
Adelino Gomes 42-48
Ensino do jornalismo: o digital como oportunidade PDF
João Manuel Messias Canavilhas 49-56
Mudanças nas práticas profissionais: que repercussões podem ou devem ter nas práticas profissionais? PDF
Pedro Leal 57-58
Mudanças na Profissão, Mudanças na Formação... PDF
Abel Coentrão 59-61

Abrir em http://www.lasics.uminho.pt/ojs/index.php/jornalismo08

Aproveitamos o congresso

Para conhecer Figueira da Foz

Tirar as habituais fotos à beira da praia


Cumprimentar o mesmo mar de sempre

e no caminho avistar o Castelo Montemor-o-Velho





Da Câmara Municipal do Montemor-o-Velho

O Castelo deve ter tido ocupação desde tempos pré-históricos, conforme os diversos vestígios arqueológicos encontrados. A primeira referência à fortificação remonta ao séc. IX, embora o alcáçar árabe deva ter origem no século anterior. Nesta altura, o recinto fortificado devia resumir-se a pouco mais que a actual zona do castelejo, na coroa da colina. O célebre geógrafo árabe Edrisi refere-se a um castelo muito forte chamado Munt Malur, no séc. XII, altura em que a sua importância é acrescida devido ao processo da Reconquista. Em 990, Almançor tomou o Castelo, reconquistado, em 1006, por Mendo Luz. Em 1088 ou 1095, foi reedificado por Afonso VI de Castela. As partes mais antigas são a base da torre de menagem, onde se empregaram silhares romanos (eventualmente da alta Idade Média), as duas fortes torres junto à Porta do Rosário (poderão ser da época das Infantas), bem como os traçados do castelejo e da cerca principal. No tempo da formação da nacionalidade, com os castelos de Miranda, Penela, Soure e Santa Eulália, formava a cintura avançada do sistema defensivo da cidade de Coimbra, constituindo para os mouros o seu maior incómodo nesta região. Com efeito, o castelo mudou várias vezes de mãos, com as consequentes destruições, sendo definitivamente tomado pelas forças de Fernando Magno em 1064, aquando da tomada de Coimbra. Nesta conturbada época o castelo devia ser formado pelo castelejo e pela cerca principal. O recinto intra-muros é enriquecido no séc. XI com a construção da Igreja da Alcáçova e, no séc. XI ou XII, do Paço das Infantas, que ficará para sempre ligado ao facto de aí ter sido decidida a morte de Inês de Castro. A perda da sua importância geo-estratégica fez com que o castelo se fosse paulatinamente degradando. Em 1109, D. Teresa e seu filho, D. Afonso Henriques, teriam ordenando novas reformas no Castelo. Em 1210-11, deu-se a confirmação papal do legado do Castelo de D. Sancho I a sua filha D. Teresa. Nas lutas entre D. Afonso III e D. Sancho II esteve do lado deste. O Infante D. Pedro mandou-o ampliar com uma faixa de muralhas, pela encosta do monte até ao sopé, pelo lado Poente. O príncipe D. Afonso IV tomou-o na rebelião contra D. Dinis. No século XIV, o Castelo deve ter tido uma reforma geral, sendo provavelmente desta época a barbacã e o cerco Norte. A 15 de Maio de 1875, Damião Luís de Carvalho comprou o cercado Norte (onde está a Capela de S. João) por 16$000 e em 1898 comprou cinco faixas de terreno dentro do castelo, entre a Porta do Rosário e a Igreja da Alcáçova. No ano de 1877, a Câmara expropriou uma porção de terreno para alargar a avenida (revestida a calçada à portuguesa) acessível ao Cemitério, por 17$985. Neste mesmo ano foi construída a torre do relógio. Em 1936, realizou-se a reconstrução dos panos de muralha; em 1940, a consolidação e reconstrução de paredes; em 1958, a instalação eléctrica; em 1969, reparação do poço do Abade João e muralhas próximas, libertação da muralha e sondagens arqueológicas; e em 1986 sofreu obras de beneficiação. Na década de 90 do nosso século, foi instalada uma casa de chá, entre os muros que restam do Paço das Infantas, obra do Arquitecto João Mendes Ribeiro, do IPPAR, já aberta ao público. Associada à torre de menagem está a chamada "Lenda das duas Arcas".

terça-feira, 24 de março de 2009

Os três são do mesmo grupo, o Controlinveste. Porém, para o tradicional, uma coisa é uma coisa



Emprego

Mais 53 mil desempregados nos últimos dois meses

por CATARINA ALMEIDA PEREIRA - Hoje

O Governo prevê mais 45 mil desempregados este ano, mas nos primeiros dois meses a subida excedeu a estimativa. É que o mercado não resolve todas as novas situações de desemprego: em Fevereiro, o IEFP registou 60 mil inscrições, o maior aumento desde 1993

A subida do desemprego está a ser extremamente rápida: o ano de 2008 fechou com 416 mil desempregados. Em Fevereiro, mostram dados ontem divulgados pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), o número é já superior a 469 mil. Esta evolução - de mais 53 mil pessoas em dois meses - é inédita e supera a previsão do
Governo para o ano inteiro

Os últimos meses explicam, por isso, grande parte da subida anual de 70 mil desempregados. Em termos homólogos o crescimento foi de 17,7%, o maior em cinco anos. Estes dados traduzem o número oficial de desempregados, ou seja, as pessoas que, no final do mês, permanecem nesta situação.

A subida deste valor era expectável tendo em conta a corrida aos centros de emprego, que se acentuou desde o final do ano passado. Uma instabilidade traduzida por um outro indicador do IEFP: em Fevereiro, foram mais de 60 mil as pessoas que, a determinada altura do mês, se inscreveram nos centros de emprego. Um valor que representa um aumento homólogo de 37% - o maior em 15 anos - mas um recuo de 13,9% face ao mês anterior. É que Janeiro foi o segundo pior mês em 30 anos, com mais de 70 mil inscrições.

Para o popular, a coisa já é diferente


e para o regional, a mesma coisa é outra coisa



Mais 60 mil perdem trabalho num mês

Inscrições nos centros de emprego têm disparado desde o início da crise

00h30m
ALEXANDRA FIGUEIRA

O fim de contratos a prazo e os despedimentos colectivos estão a deixar no desemprego dezenas de milhares de pessoas.

Só nos dois primeiros meses desde ano, 131 mil acorreram a inscrever-se, 60 mil dos quais em Fevereiro.

Desde Setembro, quando a crise económica começou a atingir Portugal, o desemprego tem subido a cada mês que passa. Nos últimos cinco meses, 371 mil pessoas declaram-se desempregadas junto do Instituto do Emprego e da Formação Profissional (IEFP). Como todos os meses há pessoas a entrar e a sair da lista, no final de Fevereiro estavam inscritos um total de 469 mil desempregados, sobretudo no Norte e em Lisboa.

Irmão Sol





Semanário alemão publicado desde 1993

e irmã Lua






Lançada em 1998

sábado, 21 de março de 2009


TRAINEE JORNALISMO ONLINE

Posted: 20 Mar 2009 02:30 PM PDT

RPC - GAZETA DO POVO CONTRATA:

PROGRAMADOR INTERNET TRAINEE

Atividades: atualizar conteúdo da versão impressa no site da Gazeta do Povo.

Pré-requisitos
- Cursando Jornalismo 1º ou 2º ano
- Conhecimentos em internet, HTML e a plicativos de internet
- Conhecimento em software de tratamento de imagens
- Disponibilidade para trabalhar 6 horas dia das 18 às 24 hrs.

Interessador devem cadastrar seu currículo no site www.rpc.com.br no link trabalhe conosco no código RPGPJ566780.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Inscrições abertas para estágio na Globo


Cronograma

Programa de Estágio 2010 (Rio de Janeiro e São Paulo) INSCRIÇÕES ABERTAS.

RIO DE JANEIRO - Programa de Estágio 2010: Cronograma será divulgado em agosto/2009
SÃO PAULO - Programa de Estágio 2010:Cronograma será divulgado em agosto/2009

RIO DE JANEIRO

PROGRAMA DE ESTÁGIO 2010 - INÍCIO DO PROCESSO DE SELEÇÃO AGOSTO/2009

Formandos em Dezembro/2010, Julho/2011 ou Dezembro/2011
Cursos: Administração, Análise de Sistemas, Arquitetura, Arquivologia, Biblioteconomia, Ciência da Computação, Ciências Contábeis, Cinema, Comunicação Social (Publicidade e Propaganda, Radialismo, Relações Públicas), Comunicação Visual, Desenho Industrial, Design Gráfico, Direção Teatral, Economia, Engenharia Ambiental, Engenharia Civil, Engenharia da Computação, Engenharia Eletrônica, Engenharia Eletrotécnica, Engenaria Elétrica, Engenharia de Telecomunicação, Engenharia de Produção, Engenharia de Sistemas, Engenharia Mecânica, Estatística, Geografia, Informática, Marketing, Matemática, Programação Visual, Psicologia, Relações Internacionais, Serviço Social e Sistemas da Informação.

Formandos em Dezembro/2010 ou Julho/2011
Curso: Comunicação Social (Jornalismo)

Formandos em Dezembro/2011
Curso: Direito

SÃO PAULO

PROGRAMA DE ESTÁGIO 2010 - INÍCIO DO PROCESSO DE SELEÇÃO AGOSTO/2009

Formandos de Dezembro/2010 ou Julho/2011
Cursos: Administração, Análise de Sistemas, Arquitetura, Artes Plásticas, Ciência da Computação, Ciências Contábeis, Ciências Sociais, Comunicação Social (Radialismo, Publicidade e Propaganda, Relações Públicas), Comunicação Visual, Desenho Industrial, Design Gráfico, Economia, Engenharia da Computação, Engenharia Civil, Engenharia Eletrônica, Engenharia Eletrotécnica, Engenharia Elétrica, Engenharia de Telecomunicações, Engenharia de Produção, Engenharia Mecânica, História, Informática, Letras, Marketing, Mídias Digitais, Propaganda e Marketing, Relações Internacionais e Sistemas da Informação.

Formandos em Dezembro/2010
Curso: Comunicação Social (Jornalismo)

Formandos em Dezembro/2010 ou Dezembro/2011
Curso: Direito

Observação 1: Cabe esclarecer que, em caso de não teremos vagas para alguns dos cursos acima especificados, o cadastro do candidato ficará no banco de dados para futuras oportunidades.

terça-feira, 17 de março de 2009

A estreia

A instrutora-mor dos meus voos



Hoje resolvi praticar montanhismo urbano. Escalar edifícios. Comodista como sempre, escolhi o mais perto: o da minha memória. É um prédio e tanto. Garboso e arejado. Nem sei quantos andares tem, porque muitos se misturam ou saem a vadiar, mas sempre sobram aqueles para contar histórias. Aportava ainda o primeiro pavimento quando Maria Ferreira de Araújo surgiu. Maria Ferreira de Araújo, minha avó.

- Toma, Álvaro. É um trocadinho, mas não gasta em besteira.

Referia-se a bebida, cigarro e farra, estas coisas essenciais à vida. Como de costume entregou-me algumas notas enroladas no plástico. Havia cruzados novos, da época do Sarney, e cruzeiros do tempo do Larápio das Alagoas. E como de costume o dinheiro estava defasado. Não por culpa dela e sim das sucessivas alterações monetárias no Brasil. Válidas ou não, aquelas cédulas simbolizavam o esmero da solidariedade. Minha avó poupava sem ter. Aliás, é assim. Quem tem gasta e quem não tem guarda.

Ela sempre juntou. A cada dia 5 recebia a miserável pensão do INSS. Vociferava durante 15 minutos, profanava todos os cargos do executivo, incinerava os ocupantes e, já refeita, sorria e me comunicava: “Domingo tem festa”. Tinha mesmo. Donde estivéssemos – no residencial frio e insalubre da Dona Vicentina, no compacto apartamento do Grande Hotel ou no misterioso castelo da APAE –, neste dia colocava o vestido estampado ou o tailleur creme, arrumava-me com a melhor roupa e tomávamos o rumo da rua.

Primeiro a galinha com polenta, em qualquer lugar onde a mesma se encontrasse, e depois o cinema. Sempre às 13h45 passávamos a roleta para degustar dois filmes – em Livramento tinha sessão dupla no Cinema Internacional, o nosso reduto. Uma coisa é certa, o hábito induz o monge. Durante anos, bastava eu passar por algum guichê semelhante a uma bilheteria para, inconscientemente, perguntar qual seria o filme naquele dia. Daí ganhei das repartições públicas e dos bancos a tacha do engraçadinho, debochado, sarcástico. Pura injustiça.

O fascínio pelo cinema advinha do apreço pelo estudo. No caso da minha avó, claro. Estudara o correspondente à metade do ensino fundamental. Entretanto, emanava sapiência e gosto pelas letras. Verdade seja dita, a caligrafia da Dona Maria equivalia a uma pintura. Das belas, lógico. Eu tentava imitá-la, porém me faltava o talento.

Do mesmo modo esforçava-me para compreender as minhas idas ao colégio naqueles dias de renguear cusco e engripar pinguim. À beira da janela, 7h45 da manhã, vidro embaçado, ar ártico e o vento minuano a devastar os ouvidos, amontoava as palavras e inquiria, tal qual um pré-socrático injuriado ante as intempéries do raciocínio lógico:

- Pra que estudar, vó?

- Para voar.

Nunca mais esqueci.
Hoje, vó, começo o estágio pós-doutoral no Instituto de Estudos Jornalísticos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, aqui em Portugal. Obrigado, Maria Ferreira de Araújo Nunes, por me ensinar a voar.