segunda-feira, 28 de março de 2011

Case para o fotojornalismo: o policial mira a criança ou alguém atrás dela?


A foto primeiro me indignou e depois me intrigou. Foi tirada pelo fotógrafo Pedro Kirilos, da Agência O Globo, em Niterói, na manifestação dos moradores do Morro do Bumba. O policial parece mirar a menina. Porém, fragmentos do jato não aparecem na frente do braço da mulher. Estaria ele jogando spray em alguém atrás das três ou é apenas a ilusão de um ingênuo como eu, incrédulo com tamanha ignorância?

Case para o RH com a devida expulsão


e case para baixar presídio direto

quarta-feira, 23 de março de 2011

Na boca do túnel o livro Ensinar comunicação, com o texto Redação jornalística como laboratório da psicodelia pedagointelectiva






Ensinar comunicação
Desafios pedagógicos no ensino de jornalismo e publicidade: a experiência do Ielusc (2000-2009)

Jacques Mick e Samuel Pantoja Lima (org.)

quarta-feira, 2 de março de 2011

Cultura do carrão

Essa história do atropelador de ciclistas dá o que pensar sobre a humanidade. Não sobre a natureza humana, como falam alguns, mas justamente o oposto: sobre a cultura humana. Ou uma das suas possibilidades: a cultura do carro. É verdade que a atitude boçal do sujeito remete à frase de Charles Darwin sobre o chacal que dorme em cada um de nós. Quando ele acorda sob a forma de motorista, é um horror. Não insultemos, no entanto, os chacais inutilmente. A cultura do carro leva a manifestações bizarras do tipo: “Não vamos nos precipitar no julgamento. De repente, os ciclistas estavam batendo no carro. Sem querer, justificar, é claro”, Já, evidentemente, justificando, arranjando atenuantes ou pretextos “aceitáveis”.

Nada justifica. Psicopata motorizado, uma das formas mais agressivas dessa doença. A cultura do carro chegou ao apogeu do ridículo com os utilitários 4x4 para uso dentro de grandes cidades com ruas apertadas, trânsito lento e espaço ínfimo para estacionamento. Para que serve um camionetão desses no centro de Porto Alegre ou de São Paulo? Para impressionar maria gasolina, humilhar machos concorrentes sem a mesma bitola e queimar dinheiro excedente, ou, em certos casos, lavar, sob a forma de distinção social. Em bom português, a cultura do carro é própria de sociedades individualistas e “marrentas”. Lembra um pouco aqueles traficantes do Morro do Alemão filmados com gigantescos correntões de ouro no pescoço cuja única finalidade é ostentatória: exibe o poder do usuário, o que o diferencia dos outros, num lugar onde seu dinheiro já não pode adquirir outro objeto de classe.

Trocando em miúdos, é coisa de sociedade primitiva, nos vários sentidos da palavra. Lembra, por exemplo, certos cultos de consumo do excedente produzido e de ostentação de certas culturas ditas indígenas. Em rituais com o kula e o potlatch (corram ao google), porém, há dom e contradom, ou seja, troca, reciprocidade, festa, generosidade. É um dando que se recebe positivo em que cada um quer dar mais que o outro (parecem certos carnavais ou baile funk) para mostrar riqueza e desprendimento. É menos a lógica do consumir que a do se consumir, entregar, dar tudo. Na cultura do carrão inútil, contudo, a festa é calculada para ter efeitos de marketing e produzir resultados. As ruas pertencem aos poderosos em seus veículos blindados e de vidro escuro.
Quanto maior a capacidade de consumo de combustível e o poder destrutivo em caso de atropelamento, maior a capacidade distintiva. Aí o cara vê um monte de bicicletas na sua frente e pensa: que fazem essas coisas raquíticas na frente do meu bólido (se soubesse o que é bólido)? Com a cara de cachorro louco do Kadhafi, o macho típico da cultura do carrão acelera, atropela, passa sinal fechado e, em caso de multa, vocifera contra a terrível, maldosa e ardilosa “indústria da multa”. O futuro pertence ao transporte coletivo. Os adoradores de carrões talvez tenham de comprar só correntões de ouro.

Postado por Juremir Machado da Silva - 02/03/2011 10:51

Atropele e vá descansar em uma clínica psiquiátrica

Alguém já viu pobre procurar clínica psiquiátrica para se desestressar?