sexta-feira, 12 de setembro de 2008
Pouco dinheiro para muita incompetência
Moacir Japiassu (*) - Comunique-se
Ouvimos um baque
de estrela. O escuro
pediu socorro
(Nei Duclós in Na Madrugada)
Pouco dinheiro para muita incompetência
O considerado José Truda Júnior, veterano dos tempos em que picolé de feira custava quinhentos réis, despacha de seu minarete em Santa Teresa, onde calcula o valor das coisas e dos homens:
Santos quer receber R$ 4,5 pela venda de Robinho
Data : Segunda-feira, 8 de setembro de 2008
Comentário do remetente:
Tá certo que a Seleção Brasileira, seus atletas e comissão técnica andaram meio desvalorizados depois do bronze conquistado nas Olimpíadas de Pequim. Mas esta notícia, do Lancepress e reproduzida pelo Globo Online, além de fazer uma barafunda com os números, desmerece o resultado alcançado em Santiago, não é verdade?
Janistraquis concorda, ó Truda, e acha que se Robinho vale quatro reais e cinqüenta centavos para o Santos, o atacante Jean, que ameaça ir jogar na Arábia, não renderá nem dois tostões de mel coado ao Vasco da Gama, embora ontem, diante da Bolívia, lanterninha das eliminatórias, o novo craque do Manchester City tenha jogado um futebol que não tem preço...
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O nosso JB
Jornalistas dos bons tempos do Jornal do Brasil se reuniram na Fiorentina, tradicional restaurante do Leme, no Rio, num encontro para botar a conversa em dia e recordar velhas histórias da Redação. O colunista não pôde comparecer, porque a saúde não deixou, mas recebeu belas imagens enviadas por Léa Maria, Carlos Leonam e Luiz Paulo Horta, este mesmo que, eleito recentemente para a Academia Brasileira de Letras, honra nossa geração.
Muitos dos que aparecem nas fotos não foram logo reconhecidos, nem por mim nem por Janistraquis, porque passaram pelo JB nos anos 70 e 80, enquanto nós, mais velhos e alquebrados, estivemos noutro cenário, o prédio da Avenida Rio Branco, entre 1964 e 1967. Convidamos o considerado leitor a clicar no http://figurinhasdigitais.blogger.com.br e dar uma olhada nas fotos.
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Salva-casamento
O considerado Mário Marinho recebeu e repassa esta “prece” às leitoras da coluna:
Senhor, dai-me sabedoria para entender meu marido, amor para perdoá-lo e paciência para aturá-lo, Senhor, porque se eu pedir força, eu bato nele até matar.
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Tremendo azar
Deu no Ex-blog do César Maia:
MAIS HISTÓRIAS DO "PÉ-FRIO”!
(10/9) Lula refestelou-se com uns pingos de óleo do Pré-Sal. No dia seguinte o preço do Petróleo começou a cair e ontem chegou a menos de 100 dólares o que -se mantido- inviabilizaria economicamente a extração abaixo das camadas de sal. Marta Suplicy que se cuide!
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Urso no pedaço
A família unida assistia ao noticiário da TV quando apareceram imagens de Ronaldo Fenômeno. A neta Dudinha apontou o dedo:
“É o Urso do Cabelo Duro!!!”
Aos 4 anos, Maria Eduarda, a Dudinha, linda e loura, não entende de futebol, é claro, mas ninguém conhece mais os ursos das florestas, de Zé Colméia a esse que tem o corpo e o cabelo do enxundioso craque.
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Haja saco!!!
Depois do vexaminoso zero a zero com a Bolívia, a bronca de Janistraquis não foi dirigida somente ao incompetente Dunga e seus perdidos craques:
“Não sei se o considerado ainda suporta, mas eu já enchi literalmente o saco com os ‘comentários’ desse Renato Marsiglia, ex-juiz-ladrão e agora palpiteiro do Sportv; o elemento tem a pretensão de enxergar além do videoteipe e acaba por agredir o telespectador, a quem, nas entrelinhas, chama de cego e burro!”
Concordo inteiramente; não dá para agüentar os “superjuízes” globais, pois no mesmo saco de Marsiglia também acotovelam-se José Roberto Wright e Arnaldo César Coelho.
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Como é que é?!?!?
A considerada Malcia Ivone Afonso, assessora de imprensa da Anvisa, tomava suas doses diárias de sabedoria na internet quando deparou com esta chamada na primeira página da Agência Brasil:
Inflação para consumidores de menor renda tem deflação em agosto.
“Não sei a que horas uma boa alma irá fazer a correção”, suspirou Malcia.
Janistraquis visitou a página e a tal boa alma já havia aparecido e feito a correção. Porém Janistraquis acha mais do que justo que o chefão da Agência Brasil puxe as orelhas do autor da “deflação da inflação”.
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Fausto Wolff
Curioso Erramos da Folha Online:
Diferentemente do publicado na matéria Morre no Rio jornalista Fausto Wolff, ex-editor de "O Pasquim" (Ilustrada - 05/09/2008 - 23h34), o jornalista Fausto Wolff nasceu em 1940 na cidade de Santo Ângelo (RS), e não em 1040. O texto já foi corrigido.
Janistraquis, que lera a notícia da morte, à qual denominou de “infausto acontecimento”, para lembrar o espírito galhofeiro do nosso velho e considerado amigo, comentou:
“O jornal nem precisava corrigir a data; em 1040, só existiam por aqui os índios da Raposa Serra do Sol.”
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Fumacê danado!
O considerado Roldão Simas Filho, diretor de nossa sucursal no Planalto, de cujo varandão debruçado sobre a mediocridade geral é possível divisar a fumaça da cigarrilha importada que o presidente continua a pitar em público, pois Roldão despachou comentário a respeito de um aparelho capaz de produzir mais fumacê ainda:
Na primeira página da edição de 8 de setembro, o Correio Braziliense traz uma chamada sobre o desfile do dia da Independência na qual se refere aos aviões de caça da FAB como 'caças de guerra', como se existissem caças mercantes ou algo semelhante...
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Silogismo
O considerado Álvaro Larangeira, professor de jornalismo e contumaz colaborador da coluna, despacha da sala de aula uma das manchetes da Folha Online:
Suspeito de ter matado jovem britânica se diz arrependido em GO
Larangeira logo compôs este silogismo jornalístico:
a) Ele é suspeito;
b) Ele confessa;
c) Logo, ele não é mais suspeito
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Sinal de demência
Janistraquis leu no Blog de Boa Saúde, do UOL:
Declínio mental nem sempre é sinal de demência, alertam especialistas
02 de setembro de 2008 (Bibliomed). O declínio das habilidades mentais na velhice nem sempre é sinal de demência, alertam os especialistas. Segundo pesquisadores da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, o declínio cognitivo, principalmente em relação às habilidades verbais e à memória, é uma progressão natural do processo de envelhecimento e pode estar ligado a fatores diversos.
Meu assistente quedou-se nos braços da alegria:
“Que bom, considerado, que bom! Há poucos dias ninguém acreditou quando eu disse mais ou menos isso lá naquele seminário daquela cidade aqui perto; o sujeito perguntou uma coisa pra mim, tá lembrado?”
Respondi que não me lembrava de jeito nenhum.
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Nei Duclós
O poeta escreve ao silvo do primeiro aragano, o vento dos pampas que arrasta estações e gela amores na fresta íntima do forro. Na Madrugada insere-se em novo livro, ainda em preparo e talvez à espera das aragens amenas do verão. Confira a íntegra no Blogstraquis.
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Agradece você?!?!?!
O considerado Esdras de Oliveira Santos, assessor de imprensa em São Paulo, não tolera mais o texto de um anúncio de telefone celular na televisão:
“Não me lembro da frase inteira porque não costumo decorar besteiras, mas o texto termina assim – ‘...e a Vivo agradece você por fazer parte disso tudo’. Ora, o certo é ‘agradece a você’. Deveria ser proibido o ensino de construções erradas e acho que o Conar, que regula a publicidade, precisa tirar o comercial do ar.”
Janistraquis ainda não escutou a frase, Esdras, mas garante que é comum, principalmente em São Paulo, o estupro da preposição a:
“Trata-se de solecismo que transforma qualquer frase, por mais séria, em asqueroso linguajar. É um tal de daqui dois dias, daqui um mês, daqui um ano, expressões de quem não tem intimidade com o idioma.”
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Nota dez
O considerado Sérgio Augusto, melhor e mais completo jornalista cultural do Brasil, escreveu no Estadão:
Quando Sarah Palin terminou seu discurso no cavernoso Xcel Energy Center de St. Paul, telefonei para uma amiga em Nova York, também ligada na CNN. “O Goebbels vai falar agora ou só amanhã?”, perguntei. Ela riu. Sobretudo da coincidência: também se lembrara da convenção do Partido Nazista alemão, em Nuremberg, em outro setembro, o de 1934, aquele do “triunfo da vontade” glorificado em imagens por Leni Riefenstahl.
Foi assustador. Aquele mar de caucasianos, caipiras, plutocratas, mal-amados, ressentidos, órfãos do macarthismo, peruas botocadas e lábios finos, vociferando ódio, zombarias, calúnias e slogans chauvinistas, é bem o retrato de uma América que não gostaríamos que existisse, mas que, lamentavelmente, existe e é poderosa.
O Mestre analisa o perfil da candidata a vice do Partido Republicano e critica os “bajuladores de plantão, dentro do partido e na mídia”, todos encantados com a petulância brejeira de Sarah Palin e seu jeito confessadamente pitbull de ser.
(Leia no Blogstraquis a íntegra do excelente artigo)
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Errei, sim!
“SBT, URGENTE! – Deu na revista Programa, do Jornal do Brasil, especializadíssima em assuntos televisivos: ‘Na edição de Hebe Camargo desta terça-feira, às 22 horas, na TV Bandeirantes (...)’. Quem ligou na Bandeirantes, dançou; Hebe tem programa é no SBT!” (dezembro de 1992/janeiro de 1993)
Colaborem com a coluna, que é atualizada às quintas-feiras: Caixa Postal 067 – CEP 12530-970, Cunha (SP), ou japi.coluna@gmail.com.
(*) Paraibano, 66 anos de idade e 46 de profissão, é jornalista, escritor e torcedor do Vasco. Trabalhou, entre outros, no Correio de Minas, Última Hora, Jornal do Brasil, Pais&Filhos, Jornal da Tarde, Istoé, Veja, Placar, Elle. E foi editor-chefe do Fantástico. Criou os prêmios Líbero Badaró e Claudio Abramo. Também escreveu nove livros (dos quais três romances) e o mais recente é a seleção de crônicas intitulada “Carta a Uma Paixão Definitiva”.
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