Colégio de São Paulo dá aula de jornalismo no Ensino Médio
Carla Soares Martin - do Comunique-se
Com um MP3 numa mão e duas folhas de caderno com as rebarbas de papel na outra, a estudante Amanda Fechter, de 16 anos, sobe correndo as escadas para a sala, onde vai participar de uma aula de Comunicação e Jornalismo. Finge que não, mas está ansiosa para relatar aos colegas seus três textos – feitos à caneta – que o blog a ser criado pela turma vai divulgar. A aula faz parte da grade curricular do Colégio Friburgo, na Zona Sul de São Paulo. A escola particular oferece aulas de jornalismo, cinema e tevê para o 1º e 2º ano do Ensino Médio.
Tudo começou em 2006, quando o jornalista Francisco Ucha, hoje responsável pelo Departamento de Comunicação do colégio, foi convidado para dar aula de Jornalismo no Programa de Formação para o Trabalho e Cidadania (PFTC), uma espécie de aula complementar. As aulas são de 50 minutos por semana. A proposta segue a metodologia da escola, explica a coordenadora pedagógica Iracy Garcia Rossi, de apresentar uma profissão aos alunos, mas também de exercitar a escrita – sensibilizar os alunos para as “questões” da sociedade.
“Qualquer profissional hoje em dia precisa de uma boa forma de se comunicar”, justifica Iracy. E complementa: “O jornalismo também sensibiliza para que o aluno conheça a realidade, as diferenças sociais, de atuar de forma contributiva”.
“Qualquer profissional hoje em dia precisa de uma boa forma de se comunicar”, justifica Iracy. E complementa: “O jornalismo também sensibiliza para que o aluno conheça a realidade, as diferenças sociais, de atuar de forma contributiva”.
Primeira aula
Logo no primeiro dia de aula, Ucha lançou aos alunos: “Sabem o que é expediente?” Perguntou, conta, porque adorava, quando criança, olhar quem tinha feito o jornal. “Expediente de trabalho?”, um deles respondeu. O jornalista enfrentou um pouco de dificuldade de falar de jornalismo. Muitos não queriam escrever um “jornalzinho do colégio”, como explica Milena Barbosa de Campos Whitaker, hoje com 17 anos. Daí, Ucha usou uma isca: por que você não escreve sobre o que gosta? Milena aprovou. “Escrevo melhor do que falo e uni as duas coisas: minha paixão pela música e meu talento por redação”, diz.
O texto da aluna, “A música de nossas vidas”, saiu no jornal Pára Tudo!, feito pelos alunos em 2006. Lá, escreve: “Para muitos, música é apenas um som para curtir, escutar, cantar, dançar.” Mas para ela é diferente: “Eu a vejo como uma inspiração de vida, uma forma de expressão dos nossos pensamentos para o mundo, uma forma de reflexão sobre muitas coisas”.
Chaves versus jornalismo
Mesmo sem saber que o seriado Chaves tomou na semana passada o lugar o Aqui Agora, o aluno Thiago Bertholino Rodrigues, de 15 anos, solta na aula desta terça (15/04): “Chaves é cultura”. Defende o humorístico, com o qual Ucha concorda: “Chaves tem história, é crítica social”.
Thiago está gostando das aulas de comunicação. Comenta que assiste ao Jornal Nacional, na companhia dos pais, e faz sua análise: “É interessante, dinâmico e dá notícias do mundo todo”.
Na sala ao lado...Na sala do 1º ano, lá está o jornalista Marcos Stefano dando aula sobre Introdução ao Jornalismo. Fala das rotativas, do linotipo, de Gay Talese. Encontra eco na fala de Beatriz de Campos Buccolo, de 15 anos. “Qual é a diferença de um texto escrito de um texto jornalístico?” Beatriz responde:“Um texto jornalístico precisa comprovar, falar com pessoas para diferentes opiniões”.
Thiago está gostando das aulas de comunicação. Comenta que assiste ao Jornal Nacional, na companhia dos pais, e faz sua análise: “É interessante, dinâmico e dá notícias do mundo todo”.
Na sala ao lado...Na sala do 1º ano, lá está o jornalista Marcos Stefano dando aula sobre Introdução ao Jornalismo. Fala das rotativas, do linotipo, de Gay Talese. Encontra eco na fala de Beatriz de Campos Buccolo, de 15 anos. “Qual é a diferença de um texto escrito de um texto jornalístico?” Beatriz responde:“Um texto jornalístico precisa comprovar, falar com pessoas para diferentes opiniões”.
Escritora desde os sete anos, a estudante adorou a oportunidade de estudar Jornalismo na escola. Quer seguir profissão. “Tenho muita coisa para falar”, explicar. “Quero mostrar que o mundo não tem que ser quadrado, como muita gente pensa”, diz, à altura de seu tênis all star.
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